Aula 01 – 01/03/2013
Assunto: Epístolas Gerais – Tiago
Propósito: Elucidar a respeito das cartas neotestamentárias
terem sido escritas, com o propósito de resolver questões relativas às
comunidades do cristianismo primitivo.
I – UM PROBLEMA PROFUNDO: TENSÃO LEI X
FÉ.
A)
A Assembléia (Concílio) de Jerusalém reuniu-se em 49 a .D. conforme nos relata
Atos 15, para tratar da controvérsia em torno da circuncisão de gentios que se
convertiam à fé cristã. Foi consignado no concílio como inadequada a circuncisão,
apesar de algumas concessões feitas frente a outros preconceitos judeus.
B)
Na mentalidade cristã da primeira metade do século I, surgiam algumas questões
que determinaram a escrita da carta de Tiago. Tais questões eram: Qual o lugar da lei no plano de Deus? Para a
salvação seria necessária a obediência à lei além da fé em Cristo? Qual a
relação entre salvação pela fé e a ética do comportamento? Qual a ligação
existente entre a fé e as obras?
II – A EPÍSTOLA DE TIAGO
A) Escrita num momento em que a igreja ainda se situava
dentro da esfera geral do judaísmo, sendo conhecida por todo o império romano
como seita judaica.
B) As doze tribos dispersas são os destinatários da
carta (1.1), mostrando claramente que eram judeus cristãos os que precisavam de
elucidação, a respeito do problema controverso efervescente na época.
C) Segundo alguns estudiosos (Tenney, Gundry) é mais
provável ter sido esta epístola escrita e enviada por Tiago aos judeus cristãos
no período entre 45-50 a .D.
D) O autor dessa epístola, que se denomina Tiago (Mc.
6.3), é entendido através de três teorias como sendo:
1) Um filho de José, marido de Maria, de um casamento
seu, anterior ao realizado com ela.
2) Um filho de José e Maria, sendo, portanto, meio irmão
de Jesus (mais aceita entre evangélicos).
3) Um parente próximo de Jesus - um primo - a quem a
cultura judaica pode igualmente denominar irmão.
E) Sobre Tiago, meio irmão de Jesus, as Escrituras nos
mostram:
1) Que não era um crente durante o ministério de Jesus
(João 7.2-8);
2) Que foi testemunha ocular da ressurreição de Jesus (1
Cor. 15.7);
3) Que aguardava a descida do Espírito Santo em
Pentecoste (At. 1.14);
4) Que assumiu a direção da igreja de Jerusalém (Atos
12.7; 21.17-26);
5) Que era assaz apegado à lei judaica (Gl. 2.12);
6) Que não se opôs ao ministério de Paulo, pelo
contrário, reconheceu e apoiou o apóstolo dos gentios (Gl. 2.9-10);
F) O propósito: promover vida ética prática entre os
cristãos da igreja primitiva.
G) Os problemas a serem solucionados: Hipocrisia no meio
cristão, assemelhando-se ao modelo farisaico (Tg. 2.18). Esse protesto de Tiago
enfatizava a necessidade de manifestação da fé cristã pelas obras (2.21-24),
com a tese clara que a fé se manifesta na
obediência da lei. Isso para alguns mestres na história da Igreja cristã
não foi bem entendido, tanto que Lutero vendo tais afirmações de “justificação
pelas obras” chamou a epístola de “epístola de palha”.
III –
CONCLUSÃO
O princípio da justificação pela fé exposto por Paulo
(exemplo dado por Abraão em Rm. 4) e o princípio de justificação mostrada nas
obras exposto por Tiago (exemplo de Abraão em Tg. 2) não são dialéticos ou
contraditórios. Eles são complementares, com a confirmação de que na
vida cristã legítima, as obras realizadas testemunham uma fé salvadora recebida
graciosamente de Deus.
Rev. Djilas de Abreu
0 comentários:
Postar um comentário