SERMÃO SOBRE FAMÍLIA

Posted by cerp On quinta-feira, 29 de maio de 2014 0 comentários
VIVENCIANDO A GRAÇA DA ORAÇÃO
(Marcos 9.14-29)

            Igrejas são alvos freqüentes de muitas críticas, por causa de questões familiares. Como o povo de Cristo deve agir para o serviço e a benção das famílias?
            Nesta história nove dos doze apóstolos de Jesus estavam em maus lençóis. Eram André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago BarAlfeu, Tadeu, Simão Zelote e Judas Iscariotes os que se encontravam em dificuldades. O problema no qual se embaraçavam era o fato de uma ação missionária mal-sucedida, pois fracassaram em expulsar um demônio de um rapaz. Isso ocorrido os levava a serem severamente questionados pelos maiores teólogos da região (Escribas judeus), os quais viam com suspeitas de fraude e blasfêmias o movimento em que os apóstolos militavam. Tentavam dar aos teólogos as explicações para o fracasso, contudo nem eles mesmos entendiam sua impotência no caso. Isso gerou um grande aglomerado de curiosos e simpatizantes ao redor da polêmica, para ver em que o debate teológico se concretizaria.
            Neste ínterim aproximou-se Jesus do ambiente efervescente, acompanhado por seus outros três apóstolos, Pedro, e os dois filhos de Zebedeu,Tiago e João. Eles todos estavam chegando de uma gloriosa experiência espiritual no monte Tabor, quando Jesus foi transfigurado e teve sua glória futura manifestada temporariamente. Ao deparar-se com o cotejo teológico, Jesus tornou-se o foco da atenção dos expectadores. Então, se dirigiu aos teólogos que emparedavam seus discípulos fracassados na experiência missionária, e interrogou-lhes pelo motivo com o qual oprimiam seus apóstolos. Entrementes, dentre o aglomerado dos presentes, manifesta-se um homem que se apresenta como sendo o gerador de toda aquela celeuma. Este homem explica a Jesus sobre a possessão demoníaca de seu filho, e de sua busca por ajuda junto aos apóstolos, sendo que estes não puderam resolver o problema dele. Jesus o escutou atentamente.
            Depois disso, Jesus voltou-se para os seus nove discípulos envolvidos na questão e repreendeu-os pela incredulidade. Então, Jesus confrontou o pai desesperado e decepcionado com o seu movimento, perguntando a ele se confiava em Seu poder para libertar o rapaz escravizado pelo demônio. O pai titubeou diante da confrontação de sua fé, mas quebrantado abriu seu coração para Jesus, dizendo-lhe que confiava nele, mas que sua confiança era pouca. Pediu súplice e humildemente a ajuda de Jesus para suprir sua fé tão insignificante, e rogou-lhe a libertação e a cura de seu filho.
            Após esse quebrantamento, Jesus passou a subjugar o demônio. Em meio a uma crise sofrida pela ação maligna, Jesus libertou o rapaz, expulsando o espírito imundo e dando-lhe a ordem para sair sem nunca mais poder voltar. O rapaz ficou caído e foi dado como morto pelos presentes, tal a violência da crise após a saída do espírito imundo. Mas, bondosa e ternamente, Jesus o levantou do chão para um recomeço e uma reconstrução da sua vida e da sua família.
            Essa história de um fracasso missionário junto a uma família destruída pelo maligno não termina por aqui. Após os fatos ocorridos, em particular os apóstolos perguntam para Jesus qual o motivo de sua impotência para libertação do rapaz. Jesus deu-lhes a explicação de que trabalho deles carecia de oração, mostrando-lhes que a oração é o principal e essencial caminho para ajudar famílias destruídas pela ação do maligno em seu seio.
            Uma primeira particularidade que queremos notar nesta história é “A acessibilidade de Cristo a uma família necessitada”. Deus é acessível, deixando-se encontrar por aqueles que desesperados o buscam para sua libertação. Deus é acolhedor, recebendo os sofridos, frustrados, fracassados e destruídos na vida, na família, como pessoas pelas quais Ele desceu em Cristo para encontrar e libertar. Deus é compassivo, age para com os pobres e necessitados por compaixão e não para ter algo em troca. Deus é libertador, Ele debela toda e qualquer agência maligna na vida das pessoas e das famílias que súplices e débeis se humilham perante Cristo em seu poder. Esta é a graça de Deus que cada família, cada pai, mãe, filho, que um dia experimentaram esse poder libertador em sua história, devem vivenciar intensamente, a cada dia, cultivando a comunhão com Jesus pelo Espírito Santo, em oração sincera, grata e humilde junto ao trono do Pai.
            Uma segunda particularidade a notarmos nessa história está na “Terrível ação demoníaca sobre uma família”. Nossa sociedade é formada por famílias. A sociedade em que vivemos está caída. As famílias estão caídas. Nossa sociedade e nossas famílias, de forma geral e com exceções, estão derrubadas pela terrível ação demoníaca. Olhe a sociedade, acaso em seu meio não impera a violência, promiscuidade, injustiça, corrupção, hipocrisia, irreverência? Olhe as famílias, acaso o quadro não mostra o mesmo retrato? Caso tenha dúvidas, confira as notícias do dia na TV. Quando tomar sua Bíblia confira o texto de 2 Tm. 3.1ss. “... Nos últimos dias... os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem...”.
            Olhe para grande parte dos nossos jovens, adolescentes na sociedade. Na sua grande maioria estão aprisionados em prostituição, pornografia, violência, drogas, isolacionismo, irreverência, agressividade, rebeldia, linguajar obsceno, culto ao ridículo, futilidade, vazio existencial. Note a quantidade de jovens caídos pelos caminhos da vida, cujas famílias estão gritando e clamando por socorro para eles e para si também.
            Por outro lado note lares que fazem de seus jovens suas vítimas, massacrando-os pela falta de amor, unidade, respeito, companheirismo, sinceridade, partilha e atenção. Lares que se desfazem e se destroem a si mesmos pelo egoísmo e vaidades pessoais, e que com isso destroem seus jovens emocionalmente. Quantos jovens têm sido destruídos por pais abusivos e ausentes, que com isso produzem filhos irritados e filhas promíscuas.
             Certo homem, próspero pai de família, mas ausente do seu lar, contratou uma agência de prostituição para os serviços de uma garota de programa. Foi ao motel e aguardou a chegada da prostituta que satisfaria seus prazeres por seu dinheiro. Ao abrir a porta do quarto para recebê-la, qual sua surpresa! Era a sua própria filha, ainda com a farda do colégio, trabalhando como uma profissional do sexo.
            Muitos lares têm cogitado mais das coisas dos homens do que as de Deus. Isso tem propiciado que Satanás se aproxime sutilmente e entre para escravizar e destruir estas famílias, pois a missão dele é matar, roubar e destruir. Satanás é o destruidor dos lares, é o assassino de tantos jovens ainda na primavera da vida. Muitos pais dando este lugar para a ação de Satanás em suas famílias fazem é alimentar na vida de seus filhos a ação do espírito imundo, o qual toma lugar nas famílias desde o desprezo pelas coisas de Deus no lar. No segundo mandamento a referência à visitação divina com ira e maldição até a terceira e quarta geração, deixa claro que os pais repassam seus pecados para os seus filhos por meio de suas escolhas, exemplos, atitudes e construção da filosofia de vida familiar [1]. A casa dos pais é a escola dos filhos nos exemplos transmitidos a eles.
            Certo pastor lecionava Educação Religiosa num colégio. Passou para os alunos da sua classe, garotos e garotas na faixa etária dos dez anos, a tarefa de desenharem seu maior sonho em cartolinas e apresentarem ao professor. Um dos garotos sonhava em ser ator pornográfico, pelo fato de assistir esse tipo de filmes ao lado do próprio pai.
            Aquilo que se coloca dentro dos jovens, a alimentação dada para a alma destes através de seus pais, têm sido o caos e a falência de muitas famílias. Num lar há somente dois espíritos que podem ser alimentados, ou se alimenta o Espírito Santo ou se alimenta o espírito imundo. Vivenciar a graça de Deus na família cristã significa alimentar o doce e maravilhoso Deus, que habita em seu povo, a pessoa de natureza divina chamada nas Escrituras Sagradas de Espírito Santo. Somos orientados pelos apóstolos os quais escreveram o NT, a orar no Espírito Santo, o que entendemos que a prática constante e contagiante da oração é desfrute da graça do Deus acessível, acolhedor, compassivo e libertador em nosso lar.
            Uma terceira particularidade dessa história é “A impotência espiritual dos discípulos”. A expulsão do demônio que trazia mudez e epilepsia ao garoto é a última a ser narrada no evangelho de Marcos. Anteriormente, os próprios apóstolos foram citados expulsando demônios por receberem de Jesus tal capacitação (Mc. 6.7,13). Então por que não operaram tal ação espiritual no garoto mudo? Quando Jesus disse-lhes que a causa de seu fracasso foi por falta de oração, ficou claro que os apóstolos tornaram-se impotentes na ação espiritual, pelo fato de apegaram-se às experiências do passado, e deixarem a comunhão contínua e apaixonada com o Doador do dom e da capacitação no tempo presente. A lição é clara: é preciso dependência constante, humilde, e busca ininterrupta por Deus em oração para o sucesso missionário.  Somente isso trará dinamismo espiritual para o povo de Cristo poder socorrer os oprimidos pela ação maligna. Missão não se faz com foco nas glórias do passado, mas sim, pela contínua busca de poder em oração no presente. Ao viver do passado com apego nos dons e bênçãos de outrora, o povo de Cristo incapacita-se para fazer a missão de Deus no dia presente. O elemento energizador e potencializador da igreja para doar bênçãos e subjugar o mal pelo poder de Cristo é a oração, a busca contínua e humilde pela face do Rei Celeste e por seu poder libertador. Por isso, viver das glórias do passado é um dos principais motivos para a letargia missionária da igreja de Cristo na sociedade atual.
            De que maneira temos vivenciado a graça de Cristo em nossas famílias? Qual espírito temos alimentado em nossos lares, por meio de nossas prioridades, programas, conversas e atitudes? Temos nos aberto para o uso desregrado, egoísta e libidinoso da TV, do Youtube, das redes sociais? Temos nos voltado para o culto doméstico, boas leituras, bons vídeos e filmes, conversas e instruções alegres e edificantes em nossa família? Trilhamos na família o caminho da comunhão, oração, intercessão constante uns pelos outros, partilha e mútua cooperação?
            Como povo de Cristo como tem sido nossa atividade missionária? Temos nos preocupado e agido em oração em prol de famílias destruídas ou nessa iminência? Buscamos crescer na fé e ajudar outros a crescer também, com nossas orações e exemplos? Estamos apegados em experiências vividas no passado e que já cumpriram seu papel, ou nossa postura é de clamor e intercessão contínua, buscando o supremo pastor em nossa alma cada dia?
             Que sua família seja edificada na rocha, e que você vivencia essa segurança com intensa vida espiritual e ímpeto missionário.


                                                                       Djilas de Abreu (VDM)


Nota
[1] Quando este sermão foi pregado, após eu o ter encerrado, o pastor da igreja concluindo o culto, alertou sua congregação com um texto bíblico sobre o perigo da doutrina da maldição hereditária, em face desta citação do decálogo como fundamentação bíblica do meu argumento. Quero dizer que não tive a oportunidade posterior para explicar que o sentido pretendido por mim, não foi o que o pastor entendeu, como sendo uma sucessão de herança espiritual familiar. Não creio nesse entendimento doutrinário também, e entendo que o pecado perpassado de pais para filhos até 3ª e 4ª geração, é fenômeno do contexto de clãs das famílias hebréias no período patriarcal, vivendo sob o governo e o sacerdócio do patriarca, que tinha assim em sua casa filhos (1ª geração), netos (2ª geração), bisnetos e trinetos (3ª e 4ª geração), em face da longevidade ultrapassar freqüentemente os cem anos, nestes primórdios da história dos hebreus. O mesmo costume permaneceu também nos dias de Moisés, quando o êxodo foi escrito. Por isso, a influência da idolatria do patriarca perpassava até os seus descendentes mais distantes agregados dentro do seu Clã. O sentido apresentado no sermão é esse, em que as ações idolátricas dos pais, mesmo que não sejam com imagens esculturais, mas de filosofias de vida, trazem sobre a convivência com os seus filhos, a influência deste mal. Talvez, no momento da exposição não tenha sido preciso na enunciação do assunto, por isso fica aqui a explicação aos ouvintes que lerem o artigo do blog.      
FAMÍLIA LIBERTA POR JESUS


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II CONGRESSO DE PLANTAÇÃO DE IGREJA

Posted by cerp On sexta-feira, 23 de maio de 2014 0 comentários
Com a boa mão do soberano Senhor nos abençoando, nos últimos dias 16 e 17 de Maio, o CERP ofereceu a disciplina prática de PLANTAÇÃO DE IGREJAS, em forma de Congresso, na igreja Batista de Manaíra (Batistinha), uma de nossas parceiras no trabalho do reino de Cristo em 2014. Com maravilhosas aulas/palestras ministradas pelo querido irmão, Rev. Marcos César, os alunos e congressistas na sua maioria absoluta foram edificados e instruídos, nesta prática mais que fundamental da vida da igreja. Louvamos a Deus por sua benção derramada, e pelo privilégio de juntos glorificarmos Seu santo Nome nesta ocasião.




Grande parte dos alunos e congressistas no encerramento do Congresso


Momento de confraternização no Coffee break da manhã



Rev. Marcos ensinando e pregando missões com paixão, contagiando cada um com seu ardor missionário
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