VIVENCIANDO
A GRAÇA DA ORAÇÃO
(Marcos
9.14-29)
Igrejas são alvos freqüentes de
muitas críticas, por causa de questões familiares. Como o povo de Cristo deve
agir para o serviço e a benção das famílias?
Nesta história nove dos doze
apóstolos de Jesus estavam em maus lençóis. Eram André, Filipe, Bartolomeu,
Mateus, Tomé, Tiago BarAlfeu, Tadeu, Simão Zelote e Judas Iscariotes os que se
encontravam em dificuldades. O problema no qual se embaraçavam era o fato de
uma ação missionária mal-sucedida, pois fracassaram em expulsar um demônio de
um rapaz. Isso ocorrido os levava a serem severamente questionados pelos
maiores teólogos da região (Escribas judeus), os quais viam com suspeitas de
fraude e blasfêmias o movimento em que os apóstolos militavam. Tentavam dar aos
teólogos as explicações para o fracasso, contudo nem eles mesmos entendiam sua
impotência no caso. Isso gerou um grande aglomerado de curiosos e simpatizantes
ao redor da polêmica, para ver em que o debate teológico se concretizaria.
Neste ínterim aproximou-se Jesus do
ambiente efervescente, acompanhado por seus outros três apóstolos, Pedro, e os
dois filhos de Zebedeu,Tiago e João. Eles todos estavam chegando de uma
gloriosa experiência espiritual no monte Tabor, quando Jesus foi transfigurado
e teve sua glória futura manifestada temporariamente. Ao deparar-se com o
cotejo teológico, Jesus tornou-se o foco da atenção dos expectadores. Então, se
dirigiu aos teólogos que emparedavam seus discípulos fracassados na experiência
missionária, e interrogou-lhes pelo motivo com o qual oprimiam seus apóstolos.
Entrementes, dentre o aglomerado dos presentes, manifesta-se um homem que se
apresenta como sendo o gerador de toda aquela celeuma. Este homem explica a
Jesus sobre a possessão demoníaca de seu filho, e de sua busca por ajuda junto
aos apóstolos, sendo que estes não puderam resolver o problema dele. Jesus o
escutou atentamente.
Depois disso, Jesus voltou-se para
os seus nove discípulos envolvidos na questão e repreendeu-os pela
incredulidade. Então, Jesus confrontou o pai desesperado e decepcionado com o seu
movimento, perguntando a ele se confiava em Seu poder para libertar o rapaz
escravizado pelo demônio. O pai titubeou diante da confrontação de sua fé, mas quebrantado
abriu seu coração para Jesus, dizendo-lhe que confiava nele, mas que sua confiança
era pouca. Pediu súplice e humildemente a ajuda de Jesus para suprir sua fé tão
insignificante, e rogou-lhe a libertação e a cura de seu filho.
Após esse quebrantamento, Jesus passou
a subjugar o demônio. Em meio a uma crise sofrida pela ação maligna, Jesus
libertou o rapaz, expulsando o espírito imundo e dando-lhe a ordem para sair sem
nunca mais poder voltar. O rapaz ficou caído e foi dado como morto pelos
presentes, tal a violência da crise após a saída do espírito imundo. Mas,
bondosa e ternamente, Jesus o levantou do chão para um recomeço e uma
reconstrução da sua vida e da sua família.
Essa história de um fracasso
missionário junto a uma família destruída pelo maligno não termina por aqui.
Após os fatos ocorridos, em particular os apóstolos perguntam para Jesus qual o
motivo de sua impotência para libertação do rapaz. Jesus deu-lhes a explicação
de que trabalho deles carecia de oração, mostrando-lhes que a oração é o
principal e essencial caminho para ajudar famílias destruídas pela ação do
maligno em seu seio.
Uma primeira particularidade que
queremos notar nesta história é “A acessibilidade de Cristo a uma família
necessitada”. Deus é acessível, deixando-se encontrar por aqueles que
desesperados o buscam para sua libertação. Deus é acolhedor, recebendo os
sofridos, frustrados, fracassados e destruídos na vida, na família, como
pessoas pelas quais Ele desceu em Cristo para encontrar e libertar. Deus é
compassivo, age para com os pobres e necessitados por compaixão e não para ter
algo em troca. Deus é libertador, Ele debela toda e qualquer agência maligna na
vida das pessoas e das famílias que súplices e débeis se humilham perante
Cristo em seu poder. Esta é a graça de Deus que cada família, cada pai, mãe,
filho, que um dia experimentaram esse poder libertador em sua história, devem
vivenciar intensamente, a cada dia, cultivando a comunhão com Jesus pelo
Espírito Santo, em oração sincera, grata e humilde junto ao trono do Pai.
Uma segunda particularidade a
notarmos nessa história está na “Terrível ação demoníaca sobre uma família”.
Nossa sociedade é formada por famílias. A sociedade em que vivemos está caída.
As famílias estão caídas. Nossa sociedade e nossas famílias, de forma geral e
com exceções, estão derrubadas pela terrível ação demoníaca. Olhe a sociedade,
acaso em seu meio não impera a violência, promiscuidade, injustiça, corrupção,
hipocrisia, irreverência? Olhe as famílias, acaso o quadro não mostra o mesmo
retrato? Caso tenha dúvidas, confira as notícias do dia na TV. Quando tomar sua
Bíblia confira o texto de 2 Tm. 3.1ss. “... Nos últimos dias... os homens serão
egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos
pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem
domínio de si, cruéis, inimigos do bem...”.
Olhe para grande parte dos nossos
jovens, adolescentes na sociedade. Na sua grande maioria estão aprisionados em
prostituição, pornografia, violência, drogas, isolacionismo, irreverência, agressividade,
rebeldia, linguajar obsceno, culto ao ridículo, futilidade, vazio existencial.
Note a quantidade de jovens caídos pelos caminhos da vida, cujas famílias estão
gritando e clamando por socorro para eles e para si também.
Por outro lado note lares que fazem
de seus jovens suas vítimas, massacrando-os pela falta de amor, unidade,
respeito, companheirismo, sinceridade, partilha e atenção. Lares que se
desfazem e se destroem a si mesmos pelo egoísmo e vaidades pessoais, e que com
isso destroem seus jovens emocionalmente. Quantos jovens têm sido destruídos
por pais abusivos e ausentes, que com isso produzem filhos irritados e filhas
promíscuas.
Certo homem, próspero pai de família, mas
ausente do seu lar, contratou uma agência de prostituição para os serviços de
uma garota de programa. Foi ao motel e aguardou a chegada da prostituta que
satisfaria seus prazeres por seu dinheiro. Ao abrir a porta do quarto para
recebê-la, qual sua surpresa! Era a sua própria filha, ainda com a farda do
colégio, trabalhando como uma profissional do sexo.
Muitos lares têm cogitado mais das
coisas dos homens do que as de Deus. Isso tem propiciado que Satanás se
aproxime sutilmente e entre para escravizar e destruir estas famílias, pois a
missão dele é matar, roubar e destruir. Satanás é o destruidor dos lares, é o
assassino de tantos jovens ainda na primavera da vida. Muitos pais dando este
lugar para a ação de Satanás em suas famílias fazem é alimentar na vida de seus
filhos a ação do espírito imundo, o qual toma lugar nas famílias desde o
desprezo pelas coisas de Deus no lar. No segundo mandamento a referência à
visitação divina com ira e maldição até a terceira e quarta geração, deixa
claro que os pais repassam seus pecados para os seus filhos por meio de suas
escolhas, exemplos, atitudes e construção da filosofia de vida familiar [1]. A
casa dos pais é a escola dos filhos nos exemplos transmitidos a eles.
Certo pastor lecionava Educação
Religiosa num colégio. Passou para os alunos da sua classe, garotos e garotas
na faixa etária dos dez anos, a tarefa de desenharem seu maior sonho em
cartolinas e apresentarem ao professor. Um dos garotos sonhava em ser ator
pornográfico, pelo fato de assistir esse tipo de filmes ao lado do próprio pai.
Aquilo que se coloca dentro dos jovens,
a alimentação dada para a alma destes através de seus pais, têm sido o caos e a
falência de muitas famílias. Num lar há somente dois espíritos que podem ser
alimentados, ou se alimenta o Espírito Santo ou se alimenta o espírito imundo.
Vivenciar a graça de Deus na família cristã significa alimentar o doce e
maravilhoso Deus, que habita em seu povo, a pessoa de natureza divina chamada nas
Escrituras Sagradas de Espírito Santo. Somos orientados pelos apóstolos os
quais escreveram o NT, a orar no Espírito Santo, o que entendemos que a prática
constante e contagiante da oração é desfrute da graça do Deus acessível,
acolhedor, compassivo e libertador em nosso lar.
Uma terceira particularidade dessa
história é “A impotência espiritual dos discípulos”. A expulsão do demônio que
trazia mudez e epilepsia ao garoto é a última a ser narrada no evangelho de
Marcos. Anteriormente, os próprios apóstolos foram citados expulsando demônios
por receberem de Jesus tal capacitação (Mc. 6.7,13). Então por que não operaram
tal ação espiritual no garoto mudo? Quando Jesus disse-lhes que a causa de seu
fracasso foi por falta de oração, ficou claro que os apóstolos tornaram-se
impotentes na ação espiritual, pelo fato de apegaram-se às experiências do
passado, e deixarem a comunhão contínua e apaixonada com o Doador do dom e da
capacitação no tempo presente. A lição é clara: é preciso dependência constante,
humilde, e busca ininterrupta por Deus em oração para o sucesso
missionário. Somente isso trará
dinamismo espiritual para o povo de Cristo poder socorrer os oprimidos pela
ação maligna. Missão não se faz com foco nas glórias do passado, mas sim, pela
contínua busca de poder em oração no presente. Ao viver do passado com apego
nos dons e bênçãos de outrora, o povo de Cristo incapacita-se para fazer a
missão de Deus no dia presente. O elemento energizador e potencializador da
igreja para doar bênçãos e subjugar o mal pelo poder de Cristo é a oração, a busca
contínua e humilde pela face do Rei Celeste e por seu poder libertador. Por
isso, viver das glórias do passado é um dos principais motivos para a letargia
missionária da igreja de Cristo na sociedade atual.
De que maneira temos vivenciado a
graça de Cristo em nossas famílias? Qual espírito temos alimentado em nossos
lares, por meio de nossas prioridades, programas, conversas e atitudes? Temos
nos aberto para o uso desregrado, egoísta e libidinoso da TV, do Youtube, das
redes sociais? Temos nos voltado para o culto doméstico, boas leituras, bons
vídeos e filmes, conversas e instruções alegres e edificantes em nossa família?
Trilhamos na família o caminho da comunhão, oração, intercessão constante uns
pelos outros, partilha e mútua cooperação?
Como povo de Cristo como tem sido
nossa atividade missionária? Temos nos preocupado e agido em oração em prol de
famílias destruídas ou nessa iminência? Buscamos crescer na fé e ajudar outros
a crescer também, com nossas orações e exemplos? Estamos apegados em
experiências vividas no passado e que já cumpriram seu papel, ou nossa postura
é de clamor e intercessão contínua, buscando o supremo pastor em nossa alma
cada dia?
Que sua família seja edificada na rocha, e que
você vivencia essa segurança com intensa vida espiritual e ímpeto missionário.
Djilas
de Abreu (VDM)
Nota
[1]
Quando este sermão foi pregado, após eu o
ter encerrado, o pastor da igreja concluindo o culto, alertou sua congregação
com um texto bíblico sobre o perigo da doutrina da maldição hereditária, em
face desta citação do decálogo como fundamentação bíblica do meu argumento.
Quero dizer que não tive a oportunidade posterior para explicar que o sentido pretendido
por mim, não foi o que o pastor entendeu, como sendo uma sucessão de herança
espiritual familiar. Não creio nesse entendimento doutrinário também, e entendo
que o pecado perpassado de pais para filhos até 3ª e 4ª geração, é fenômeno do
contexto de clãs das famílias hebréias no período patriarcal, vivendo sob o
governo e o sacerdócio do patriarca, que tinha assim em sua casa filhos (1ª
geração), netos (2ª geração), bisnetos e trinetos (3ª e 4ª geração), em face da
longevidade ultrapassar freqüentemente os cem anos, nestes primórdios da
história dos hebreus. O mesmo costume permaneceu também nos dias de Moisés,
quando o êxodo foi escrito. Por isso, a influência da idolatria do patriarca
perpassava até os seus descendentes mais distantes agregados dentro do seu Clã.
O sentido apresentado no sermão é esse, em que as ações idolátricas dos pais,
mesmo que não sejam com imagens esculturais, mas de filosofias de vida, trazem
sobre a convivência com os seus filhos, a influência deste mal. Talvez, no
momento da exposição não tenha sido preciso na enunciação do assunto, por isso
fica aqui a explicação aos ouvintes que lerem o artigo do blog.
FAMÍLIA LIBERTA POR JESUS |
Com a boa mão do soberano Senhor nos abençoando, nos últimos dias 16 e 17 de Maio, o CERP ofereceu a disciplina prática de PLANTAÇÃO DE IGREJAS, em forma de Congresso, na igreja Batista de Manaíra (Batistinha), uma de nossas parceiras no trabalho do reino de Cristo em 2014. Com maravilhosas aulas/palestras ministradas pelo querido irmão, Rev. Marcos César, os alunos e congressistas na sua maioria absoluta foram edificados e instruídos, nesta prática mais que fundamental da vida da igreja. Louvamos a Deus por sua benção derramada, e pelo privilégio de juntos glorificarmos Seu santo Nome nesta ocasião.
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Grande parte dos alunos e congressistas no encerramento do Congresso
Momento de confraternização no Coffee break da manhã
Rev. Marcos ensinando e pregando missões com paixão, contagiando cada um com seu ardor missionário